Nova Ordem Mundial

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Nova Ordem Mundial, do Angeli

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Hipocrisia ocidental contra uma China "cruel"

Colaboração de Samir Garcia Maia

Não existe valor com relação à cultura!
Cultura é cultura. Não há uma que seja melhor que a outra.
Se os chineses fazem o que fazem não temos o direito de julgá-los.
Nós, ocidentais, fazemos ou apoiamos muitas atitudes que estão longe do divino, a diferença é que agimos silenciosamente, ou, se preferirem, com uma máscara.
Criamos o capitalismo e com ele, o egoísmo, a ganância, a arrogância, as guerras...
A nação que consideramos modelo, EUA, jogaram bombas atômicas em duas cidades japonesas, usando pessoas inocentes para mostrar ao mundo o tamanho de seu poder. Mataram milhões no Vietnã, no Golfo, no Iraque... Também financiaram a ditadura militar em toda América Latina e exploram até hoje os países mais pobres.
Nós temos o hábito de depreciar os costumes de culturas diferentes da nossa.
Julgamos o fato deles comerem cachorros e gatos, assim como, os indianos julgam o nosso de comer carne de vaca.
Julgamos o fato deles matarem os animais e esquecemos que o nosso consumo desenfreado é responsável pela degradação do meio ambiente e, consequentemente, pelo extermínio de diversas espécies.
Quanto às crianças mortas, essa é a política do país, os chineses sabem que só podem ter um filho, é a lei. Não estou defendendo esta prática, muito pelo contrário, mas a partir do momento que é a lei do local, não temos direito de questioná-la.
No ocidente, as crianças morrem por puro egoísmo da sociedade. Seria cômico, se não fosse trágico, mas enquanto nos espantamos com o controle de natalidade chinês, vemos diariamente crianças subnutridas nas ruas brasileiras, passando frio, fome, humilhação, dentre outras coisas e fingimos que não temos nada a ver com isso, fechamos o vidro do carro e assumimos nossa indiferença.
Adoramos apontar e julgar o quanto é feio o quintal do vizinho, mas esquecemos de olhar o quanto nosso quintal necessita de reparos.
Se há costumes estranhos para nós na cultura chinesa, há muitos outros na nossa cultura estranhos para eles, inclusive nossa intolerância com o "diferente".

Enquete

Você concorda com a entrada da Venezuela no Mercosul?

(Antes de responder à enquete, leia o artigo abaixo)

VENEZUELA: DA REVOLUÇÃO À INTEGRAÇÃO

Quando Simon Bolívar iniciou a sua luta pela solidariedade entre os povos, união e integração de países americanos, não imaginava que um dia essa integração poderia tomar um rumo diferente, com outros objetivos. Países com divergentes contextos históricos, culturais, políticos e econômicos, que até há algum tempo se relacionavam num cenário de hostilidade, hoje em dia, devido às exigências de um mercado cada vez mais competitivo e integrado vêem-se obrigados a unirem seus esforços e inclusive relevar alguns aspectos divergentes de sua política interna, no combate ao isolacionismo a partir da participação em blocos integracionistas, com um objetivo primordial: promover uma política econômica comum, reduzir as tarifas alfandegárias e, assim, estimular o comércio regional em favorecimento das partes envolvidas. Atualmente, a grande polêmica em torno do Mercosul é em relação à entrada da Venezuela no bloco, que já teve sua adesão confirmada, mas não integralmente, ainda sem direito a voto. Os principais oposicionistas são o senado brasileiro, que tem poderes suficientes para vetar a entrada da Venezuela no bloco e defendem argumentos, de certa forma, coerentes. O principal argumento é em relação ao caráter polêmico e “autoritário” do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que tem sido acusado por integrantes do Mercosul de não respeitar os princípios básicos da democracia, crítica sem fundamento se considerarmos que a política interna de Chávez não se prevalece de decisões unilaterais e sempre recorre aos métodos convencionais de escolha democrática, como eleições e plebiscitos. Além disso, muitos argumentam que as ferozes críticas de Hugo Chávez à política externa norte-americana surge como mais um entrave para a entrada do país no bloco, pois pode prejudicar a imagem do Mercosul no exterior. Mas a questão política pode tomar menores proporções quando o assunto é a economia. De acordo com a Revista Época, desde o início do governo Lula, em 2003 até 2006 as exportações brasileiras para a Venezuela cresceram 486%. Saltaram de pouco mais de US$ 600 milhões para US$ 3,5 bilhões. Além disso, em tempos de racionamento de energia, de busca de fontes alternativas, um parceiro como a Venezuela pode significar um acesso livre a um país com a sexta maior reserva de petróleo do mundo. Se o assunto é economia, o Mercosul, apesar dos entraves burocráticos, das divergências e realidades muitas vezes conflitivas dos países-membros está a caminho e pretende ser uma solução em um mundo cada vez mais integrado. Mas as barreiras para a entrada da Venezuela no bloco, como é nítido, não são econômicas, mas políticas. Quem sabe, com a formação do mais recente órgão político que pretende promover o diálogo, a UNASUL, (mais um, já temos a OEA....) seja possível a condução de um diálogo que releve as “convicções pessoais”. Há alguns meses acompanhei a relutância da Holanda em ratificar alguns acordos da União Européia temendo comprometer as liberdades individuais de seus cidadãos. E não só este caso, são vários os exemplos, afinal, conciliar interesses divergentes, com realidades totalmente distintas tem sido o principal desafio deste início do século XXI, uma tendência nítida na formação do que já é considerado uma “Nova Ordem Mundial” em que predominam os blocos econômicos e, infelizmente, uma padronização, homogeneização da sociedade, seus hábitos e valores.
Entretanto, ainda resta uma alternativa menos conflitiva para a Venezuela. A criação em 2004 da ALBA, Alternativa Bolivariana para as Américas, surge como uma contraproposta que atende melhor interesses de países como Venezuela, Bolívia e Cuba. Os principais pilares deste órgão são o desenvolvimento social e um projeto de integração das forças armadas. Ainda não sabemos como será o percurso destes novos blocos sócio-econômicos que estão surgindo. Alguns, vão se fortalecer e outros, como é previsível, vão ruir. Mas uma coisa é certa: os países precisarão se unir se quiserem atuar mais fortalecidos no jogo (im)previsível da política internacional. E para que a união dê certo, precisarão buscar parceiros com afinidades. Disso, Simon Bolívar já sabia.