Nova Ordem Mundial

Nova Ordem Mundial
Nova Ordem Mundial, do Angeli

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Suicídio do Poema

O poema não tem nexo
começa a duras penas
no quarto escuro
no olho fechado
na chuva molhada
no vazio do nada.

O poema caminha
caminha... Pero Vaz?
Caminha?
salta letras e palavras
pula parágrafos
rebola entre os parênteses e as aspas
e implora
mais uma vez
para não morrer esquecido no verso da página.

Os versos contradizem
dizem, depõem e cospem nas palavras medíocres.

As palavras se afogam no mar das rimas
cismam que rimam
e que se entendem
mas no fundo, no fundo do mar
as palavras sobrevivem, brincam...
brincam e sorriem
e mais uma vez se afogam.

O poema morre na esquina
espichado, bêbado, suado e fedido
o poema fede
seu odor exala - o crime não compensa
não há cachaça que cure
a bebedeira do poema.

O poema não tem alma
é carne dura, crua, fétida
sangue coagulado
ossos de ferro
coração de gelo.

Observação: escrevi este poema (de péssimo gosto por sinal) há alguns anos. Gostaria de esclarecer que hoje não penso mais assim sobre o poema. Meus sentimentos e minha percepção mudaram muito sobre poemas. Hoje, tenho muita ternura e gratidão a eles. Escrevi este poema quando estava vivendo uma fase meio pessimista da minha vida. Mas passou. Espero que ninguém se sinta ofendido.

Povo da Terra

Especiarias em um mercado
Mulheres sofridas com os olhos fundos cabelos escorridos negros
O sol queima os pés daquela gente
Um ônibus de músicos peruanos se aproxima tocando gaita, bandolim
Aquela gente se aproxima
Quem é aquela gente?
Quem é aquele povo?
Quem somos nós?
Mais uma vez, cheiro de tempero, pimenta
vestidos e véus balançam ao som da música
De cima o sultão observa a cena perplexo
Cores, sabores, cheiros. Uma força que estremece.
Chega um carregamento de chá
A índia e a diversidade oriental
Vacas na rua.
Que Jesus Cristo, Allah tenham piedade de nós.
Amém

O tempo passa, voando, chorando, sorrindo ou cantando, tente escutar o tempo, cheirar e sentir o tempo. E a melodia virá com o vento.

Olá! Há algum tempo estou tentando arranjar tempo para registrar algumas coisas que escrevo em um blog. Mas sabem como é o tempo, ele passa, passa e quando nos damos conta... passou. Mas de hoje, não passa, pensei, mesmo que, ao passá-lo (o tempo) pensando, quando pensei, passou voando. E aqui fiquei.