Nova Ordem Mundial

Nova Ordem Mundial
Nova Ordem Mundial, do Angeli

domingo, 25 de maio de 2008

Da Blog Editoria - Volta ao mundo reflete sobre novos atores no cenário internacional...

Olá Pessoal!
Depois de algumas semanas desaparecida por este mundo virtual retomo minha volta ao mundo real em algumas linhas falando de um assunto cada vez mais nítido: A Fragilidade do Estado. Participamos a cada dia de um questionamento em relação ao papel do estado como instituição na representação dos direitos e deveres do cidadão e no seu enfraquecimento relacionado ao surgimento de novos atores na esfera internacional. Há algum tempo escrevi um artigo sobre nascimento e morte do estado-nação (vou postá-lo aqui) em que descrevi que de acordo com a ineficiência do estado, ele estaria cedendo espaço às grandes corporações. Agora estou escrevendo um outro artigo em que exponho isto melhor, mencionando inclusive outros “atores” nesta substituição do estado. Este artigo se chama “Nova Ordem Mundial: ou será uma (des)ordem?”, assim que concluir, postar-lo-ei neste espaço, aguardem. Mas, desde já vou esclarecer um pouco sobre estes “atores” e que têm relação com dois episódios recentes, no cenário internacional. Além das grandes corporações, conforme já mencionei que interferem na política interna de um determinado país e em sua economia, refletindo na vida dos habitantes, presenciamos nesta semana a criação de mais um organismo internacional: a UNASUL. Alguém poderia me dizer em quê diferenciam, de fato, os propósitos da UNASUL, com o MERCOSUL e com a própria OEA? Sim, porque de discursos políticos já estamos fartos, a criação de mais um organismo internacional irá contribuir efetivamente para a integração entre os povos da América do Sul, não bastaria fazer valer os inúmeros tratados e resoluções já em vigor regulamentados pelas duas instituições, MERCOSUL e OEA? O próprio Mercosul, através do presidente Hugo Chávez da Venezuela (que apesar de ainda não ter entrado para o Mercosul, já dá palpites) havia cogitado a criação de uma espécie de força militar integrada, este assunto já virou pauta da UNASUL e mais uma vez este discurso pode tornar-se inviável devido à incapacidade de seus líderes em torná-los ações de ordem prática. Enfim, veremos qual será o resultado da criação de mais um organismo burocrático de “integração regional”, ainda mais considerando que a Colômbia já manifestou (alguém aí se surpreendeu?!?!) resistência a alguns propósitos do órgão, principalmente à formação de uma força militar única. Bom, mas temos tempo, pelo menos enquanto durar o mandato de nossos atuais representantes.Mas toda essa minha introdução fugiu um pouco, na realidade meu objetivo era falar de um novo tipo de ator que tem surgido em substituição ao estado: são os organismos econômico-regionais-internacionais. Em breve, de acordo com minha opinião, os interesses defendidos, as políticas implantadas, as questões estratégicas serão delimitadas não mais pelas fronteiras atuais, que demarcam o limite de um estado-nação, mas serão expandidas, englobando um grupo maior de países, como os atuais organismos: UE, Mercosul, Nafta, G8 e por aí vai. Não só o comércio global será afetado flexibilizando as barreiras alfandegárias dentro de um mesmo bloco, mas a questão da “uniformização da identidade cultural”, do “homem-massa-entretenimento-alienação”, da questão linguística e da perda do valor da preservação do pátrimônio histórico em detrimento de uma super-valorização do tecnológico, perda dos valores humanos, enfim uma série de consequências prejudiciais para o ser humano. Aqui não é futurologia gente, é simplesmente uma 'RACIONALIZAÇÃO SISTEMÁTICA DO ÓBVIO”. Indícios temos de sobra. Basta ter sensibilidade para percebê-lo.
E um terceiro ator de peso no cenário internacional são os grupos considerados “terroristas”. Há algum tempo escrevi neste humilde espaço a minha dificuldade em compreender o que era “ser terrorista”. Mas, deixando de lado os conceitos, temos acompanhado nas últimas semanas o conflito no Líbano, entre as forças do governo e a oposição, representada pelo grupo considerado“terrorista” Hezbollah, apoiado pela Síria e considerado por alguns especialistas “um estado dentro do estado” por ter mais força que o próprio estado libanês. O Líbano vive a ameaça de uma guerra civil e está sem presidente desde o ano passado quando o pró-sírio Emile Lahoud deixou o cargo. A atuação do Hezbollah comprova a capacidade de um grupo considerado “terrorista” e inclusive financiado por outro estado em medir forças com o próprio governo do país, inclusive prevalecendo sobre este. Quem não se lembra da cidade de São Paulo ter sido invadida e atacada por integrantes do PCC em maio do ano retrasado? Me lembro muito bem do comércio de portas fechadas às três horas da tarde, de todo o caos, nunca tinha vivido uma situação parecida. Me lembro inclusive que o PCC interrompeu a programação da Rede Globo (maior emissora do país e terceira maior do mundo) em horário nobre para fazer uma transmissão do grupo. Como a quinta maior cidade do mundo, com 15 milhões de habitantes esteve refém de uma organização criminosa por vários dias e o que o estado fez para contê-la e cumprir com a sua obrigação na garantia de segurança? Não ficou comprovado nestes dias que o próprio PCC obtinha muito mais poder que o próprio estado? Algum tempo depois foi veiculado um vídeo no youtube sobre a participação do PCC no auxílio às comunidades carentes, no fornecimento de alimentos, infra-estrutura e inclusive formas de entretenimento. Alguém se perguntou onde estava o “estado” neste momento, que deveria estar garantindo o cumprimento da constituição aos habitantes de seu país? Provavelmente definindo quem seria o próximo relator da próxima CPI.... E, quando há um espaço vago e seu proprietário não o assume, a tendência é que outro tome as rédeas. É o que está acontecendo.
Tirem suas próprias conclusões.
Abraços,
Renata

sábado, 3 de maio de 2008

Da Blog-editoria

Olá Pessoal
Me desculpem pelo sumiço, mas nos últimos dias estive somente acompanhando as notícias, como uma leitora passiva, introspectiva, reflexiva e portanto resolvi me abster de qualquer comentário, mas estou de volta, com minhas impressões dos últimos dias. Por uma questão de identidade, já existe um site com o nome Panorama Internacional, resolvi mudar o nome do Blog para “Volta ao Mundo em algumas linhas, que já é o endereço... Sendo assim,vamos pela nossa volta ao mundo...

Rapidinhas
Paraguai
Começando pela América Latina. Por aqui, o último fato de relevância foi a eleição do candidato da esquerda, o ex-bispo Fernando Lugo para a presidência do Paraguai, derrotando o partido conservador Colorado, no poder há 61 anos. Apelidado de “bispo dos pobres” ou “bispo vermelho”, Fernando Lugo, de 57 anos, abandonou a vida religiosa em dezembro de 2006 para se candidatar à presidência. Com sua ascensão ao poder, todos os países-membros do Mercosul passam a ser governados por dirigentes de esquerda. É nítida a presença de governos de esquerda em países da América Latina, uma tendência que tem se fortalecido. Isso reflete a necessidade da população em promover mudanças de caráter mais estrutural, principalmente no âmbito social.

Estados Unidos
A telenovela das eleições americanas continua cada vez mais acirrada com a disputa nas prévias eleitorais pelo partido democrata dos candidatos Hillary Clinton e Barack Obama. Contrariando as expectativas, a Hillary apresentou uma leve subida nos índices, algo de certa forma previsível, considerando as últimas denúncias do pastor Jeremiah Wright, sobre Obama. Para quem quer conhecer melhor o perfil dos canditatos, o site http://www.idelberavelar.com/archives/2008/01/eleicoes_americanas_um_abc.php descreve de forma irônica e bem-humorada cada um deles. Embora esteja um pouco desatualizado, vale a pena ver lá.

China
Depois da tumultuada turnê no exterior, a tocha olímpica retornou à China. Milhares de pessoas se reuniram nesta sexta-feira em Hong Kong para para assistir ao revezamento da tocha. O percurso durou cerca de oito horas e transcorreu num ambiente mais calmo do que o observado na passagem da tocha olímpica em Londres, Paris ou São Francisco, quando manifestações contra a repressão no Tibete provocaram distúrbios no revezamento. Por onde passou, algo que deveria ser uma demonstração de união entre os povos e do espírito olímpico enfrentou manifestações de hostilidade e resistência em diversos países em defesa à independência do Tibete. O espírito olímpico foi substituído pela escolta policial.

Zimbábue
A comissão eleitoral do Zimbábue finalmente divulgou nesta sexta-feira os resultados do primeiro turno da eleição presidencial de 29 de março passado: o líder oposicionista Morgan Tsvangirai venceu a etapa, mas não conseguiu vantagem suficiente para evitar um segundo turno. Segundo os dados oficiais, Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), ficou com 47,9 por cento dos votos. O atual presidente, Robert Mugabe, obteve 43,2 por cento. A oposição contesta os resultados e insiste no fato de que Tsvangirai venceu a eleição com 50,3 por cento de votos.
Fonte: http://www.rfi.fr

Bolívia
E atravessando novamente o Oceano Atlântico viemos parar na Bolívia. Está marcado para amanhã um referendo que decidirá sobre a autonomia da região de Santa Cruz de la Sierra, considerada a responsável por 40% da receita bruta do país. O presidente Evo Morales é contra a autonomia da região e justifica que o país depende dos recursos produzidos por Santa Cruz de la Sierra para manutenção das regiões mais pobres. Analistas temem que uma provável crise interna atinja o país. Evo Morales anunciou na última quinta-feira que o seu governo assumiu o controle da principal companhia telefônica do país, a Entel e de outras quatro empresas de petróleo, dinamizando seu projeto de nacionalização.

Terminamos aqui nossa volta ao mundo, mas antes ainda, gostaria de agradecer os vários emails que tenho recebido e dizer que este espaço está aberto para colaboradores, portanto, me mandem seus artigos, crônicas... Mandem para o email: renata_duraes@yahoo.com.br Inclusive, em breve será publicado um artigo de nossa primeira colaboradora, diretamente de Tel Aviv, Israel. Também teremos uma entrevista com o tema: Kosovo-Bolívia-Tibete: movimentos separatistas e direito internacional. Aguardem e bom fim de semana.