Nova Ordem Mundial

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Nova Ordem Mundial, do Angeli

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PANORAMA INTERNACIONAL - FATOS E FOCOS DAS DUAS ÚLTIMAS SEMANAS

O cenário internacional tem vivido dias de intensa agitação nas últimas duas semanas. Começando por Cuba, Fidel Castro renunciou ao mandato de Presidente e Chefe das Forças Armadas, cargo que ocupou nos últimos 49 anos, desde a Revolução Cubana, em 1959, que instituiu o regime socialista na Ilha. A pergunta que predominou no noticiário internacional foi: Qual será o destino de Cuba nos próximos anos, e, o país manterá o regime socialista ou haverá uma abertura de mercados? Pelo que pude acompanhar, há um predomínio na mídia em glorificar e comemorar a saída deste que conseguiu erradicar o analfabetismo, promover uma melhor distribuição de renda, entre outras vitórias. É nítida a parcialidade de nossa mídia na cobertura internacional. A capa da revista Veja "Já vai tarde", é um claro exemplo disto. Por outro lado, a falta de informação contribui para esta visão parcial dos fatos. Resolvi reler o livro "A Ilha", de Fernando de Morais, por acaso, alguns dias antes da renúncia de Fidel. À medida em que avançava no livro, pude acompanhar o noticiário e alguns documentários sobre a Ilha. Há muita discrepância de conteúdo e abordagens "superficiais". Como o próprio autor do livro disse: É impossível entender a realidade de um país sem conhecê-lo pessoalmente e eu concordo. Este é um erro que muitos cometem: julgar sem o conhecimento necessário. Não conheço Cuba, mas alguns dados do livro em relação aos índices sociais demonstram que o regime de Fidel funcionou. Ainda pretendo voltar a este assunto. Por enquanto, vale a pena a leitura deste livro. Para concluir, fazendo um balanço dos especialistas em Cuba que foram ouvidos pela mídia, a maioria deles foi cautelosa em emitir uma opinião.
Sobre o futuro de Cuba, baseado nos últimos depoimentos de Raúl Castro, irmão de Fidel que assumiu o poder, o regime se manterá o mesmo, mas ainda pode haver uma relativa abertura econômica, principalmente no setor de turismo. Cuba passa por problemas estruturais básicos desde o rompimento da Rússia (ex-URSS) com o bloco socialista, de onde vinha maior parte dos recursos.
EUA e Cuba
Na corrida pelas prévias à presidência dos Estados Unidos, os candidatos do partido Democrata, Hillary Clinton e Barack Obama e o Republicano John McCain, logo se apressaram em emitir suas opiniões e demontraram o interesse em estabelecer um diálogo com Cuba.

Eu, pessoalmente, acredito acredito que após sua renúncia, Fidel estará mais atuante ainda, pois agora a mídia lhe dará uma trégua e ele poderá agir sem a presença de tantos holofotes.

Kosovo
A autoproclamação de independência da província da ex-União Soviética, Kosovo, dividiu a comunidade internacional. De um lado, Estados Unidos e a maioria dos países da União Européia demonstraram aprovação. Do outro, Rússia, Espanha, Turquia e Sérvia temem que este fato possa gerar uma onda de movimentos separatistas. A minoria sérvia também se posicionou contra a independência de Kosovo. Neste momento, duas questões se impõem: como está estruturado este novo país, institucionalmente? E, havendo um organismo de regulação internacional, com poder e autonomia (pelo menos teoricamente) não deveria interceder de forma mais efetiva neste processo? A primeira questão ainda não tenho condições de responder. Entretanto, a segunda questão, posso arriscar algumas hipóteses: na teoria, a ONU deveria interferir, garantindo a segurança e contribuindo para estruturar o país. Considerando a ineficiência deste órgão em legislar, julgar e garantir questões que estão dentro do seu escopo, Kosovo fica vulnerável às potências dominantes no cenário internacional.
Paquistão
O partido de oposição do governo paquistanês, representantes de Benazir Bhutto, líder política assassinada no final do ano passado, adquiriu maioria nas eleições parlamentares. Qual o significado deste fato no cenário internacional? Esta vitória pode significar a perda de apoio ao atual presidente Pervez Musharraf, aliado dos EUA na luta contra o "terrorismo". Devido à proximidade e às relações com o Afeganistão, o "ditador" era considerado peça fundamental da política externa norte-americana em combate à rede terrorista Al Qaeda. A pergunta que se coloca é: quais as perspectivas para este país, no caso de assumir um governo anti-EUA?
RÚSSIA
No próximo Domingo, (2) o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, passará o cargo de presidente da Rússia e assume o cargo de primeiro ministro. Depois de uma história de anos anos de regime socialista, (mal sucedido, mas esta reflexão não cabe neste momento), Putin conseguiu inserir a Rússia no cenário internacional capitalista. Estruturou as instituições, organizou o estado e a economia interna e contribuiu para o crescimento do país. Como a constituição russa não permite que um presidente seja reeleito mais de uma vez (ele já está em seu segundo mandato) Putin mudará de cargo, mas se manterá no poder.

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